Artémides
era italiano, nasceu em Boreto, no dia 12 de dezembro de 1880, sendo batizado
nesse mesmo dia. Os seus pais, Albina Vechi e Luís Zati, eram muito pobres e o
levavam para trabalhar com eles nas plantações rurais. Devido à imensa
dificuldade financeira, em 1897 a família emigrou para a Argentina, com destino
a Baía Blanca, onde se fixaram.
Durante
dois anos, o jovem Artémides trabalhou numa olaria, fabricando tijolos,
enquanto frequentava a paróquia dos salesianos, cujo pároco, se tornou um
grande amigo e seu diretor espiritual. Ao completar vinte anos, demonstrando
grande espiritualidade, seguiu o conselho do pároco, ingressando no seminário
salesiano de Bernal, como aspirante.
Nesta
ocasião foi encarregado de dar assistência a um jovem sacerdote tuberculoso,
desta maneira contraiu também o vírus desta doença, que até então era
incurável. Foi enviado para a Patagônia, cujo ar muito puro da cidade de
Viedma, associado ao tratamento no hospital de São José, eram os mais indicados
para a cura.
Passando um
longo período de convalescença, se tornou sensível ao problema das pessoas
pobres que sofriam nos hospitais e nas casas, quase sempre sem ter condições
para comprar os remédios do tratamento. Assim, aconselhado pelo padre Garrone,
diretor do hospital, prometeu à Virgem Auxiliadora, que se
consagraria ao cuidado dos enfermos, caso fosse curado, fato que ocorreu
gradualmente durante dois anos, quando recebeu alta hospitalar.
Em 1906,
entrou no noviciado e passados cinco anos fez a profissão perpétua. Nesse mesmo
ano, o padre Garrone faleceu e Artémides convocado para gerir o hospital e
administrar a farmácia. Seis anos depois, em 1917, ele se diplomou como
enfermeiro e farmacêutico, aprimorando seu ministério e dedicação aos enfermos,
com o conhecimento e o saber nestas áreas da medicina. O seu interesse e a sua
dedicação aos enfermos aumentavam com o passar dos anos e, à paixão pelo seu
ministério, acrescentava-se também a sede pelo conhecimento da ciência e do
saber, sobretudo no campo da medicina.
Em 1917 obteve o título de "Idóneo
em Farmácia" e o certificado de "Enfermeiro profissional".
Alguns anos mais tarde, em 1934, viajou até à sua terra
natal, a Itália, para participar na cerimónia de Canonização de Dom Bosco, cujo
exemplo de vida e de apostolado o marcou profundamente. Quando regressou à sua
terra de adopção e de missão na América do Sul, dedicou-se ainda mais apaixonadamente
aos seus doentes.
Quando, em 1935, foi consagrado o novo bispo de Viedma,
por falta de uma sede episcopal adequada na Patagônia, ficou decidido que o
hospital de São José seria demolido, para ali se construir o edifício da Cúria.
Entretanto a atividade hospitalar de Artémides continuou em pleno ritmo ainda
por muitos anos, até que, em meados de 1950, caiu de uma escada. Durante os
exames, os médicos descobriram que ele tinha um tumor no fígado.
No dia 15 de março de 1951,
ele faleceu serenamente, já com fama de santidade, após uma vida de oração,
trabalho e austeridade. Em 1980 o Bispo de Viedma, D. Hesayne, introduziu a
Causa de Beatificação de Artémides Zatti. O Papa João Paulo II beatificou Zatti,
em 2002, indicando o dia de sua morte para a celebração de seu culto. Seus
restos mortais repousam na capela dos salesianos de Viedma, Argentina.
A produtora
argentina San José lançou um documentário sobre a vida do beato Artémides
Zatti, irmão coadjutor salesiano, o santo enfermeiro da Patagônia.
“Se algum dia a anacrônica
fisionomia do “parente de todos os pobres” chegasse às telas, não duvido que
esse magnífico meio de expressão de ideias seria um novo trampolim para
levantar Zatti até a altura em que, inconscientemente, ele se colocou com sua austeridade
de vida, sua luminosa irradiação social e a firmeza incontrastável de sua fé”.
Fonte: site Paulinas, Santa
Sé, Zenit
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