Nós que somos cristãos, lembramos no Natal não só uma festa,
mas um acontecimento espiritual profundo, que manifesta o nascimento e a
encarnação de Jesus na Terra. Deus é tão bom que no seu projeto de amor
resolveu enviar seu Filho para habitar no meio de nós. Com este fato recebemos
nossa salvação. Como diz Santo Atanásio “Nossa salvação não é absolutamente
algo de fictício, nem limitado só ao corpo; mas realmente a salvação do homem
todo, corpo e alma, que foi realizada pelo Verbo de Deus. A natureza que ele
recebeu de Maria era uma natureza humana, segundo as divinas Escrituras, e o
corpo do Senhor era um corpo verdadeiro. Digo verdadeiro, porque era um corpo
idêntico ao nosso.” Desta forma, no Natal não esperamos somente os presentes,
queremos celebrar o nascimento de Nosso Salvador. Na Igreja esta é a grande
alegria do Natal: a manifestação de Deus. Na homilia do Natal do ano passado o
Papa Bento XVI disse: “Deus manifestou-Se… como menino. É precisamente assim
que Ele Se contrapõe a toda à violência e traz uma mensagem de paz. Neste
tempo, em que o mundo está continuamente ameaçado pela violência em tantos
lugares e de muitos modos, em que não cessam de reaparecer bastões do opressor
e vestes manchadas de sangue, clamamos ao Senhor: Vós, o Deus forte, manifestastes-Vos
como menino e mostrastes-Vos a nós como Aquele que nos ama e por meio de quem o
amor há de triunfar. Fizestes-nos compreender que, unidos convosco, devemos ser
artífices de paz. Amamos o vosso ser menino, a vossa não-violência, mas
sofremos pelo facto de perdurar no mundo a violência, levando-nos a rezar
assim: Demonstrai a vossa força, ó Deus. Fazei que, neste nosso tempo e neste
nosso mundo, sejam queimados os bastões do opressor, as vestes manchadas de
sangue e o calçado ruidoso da guerra, de tal modo que a vossa paz triunfe neste
nosso mundo”. Desta forma, queremos anunciar a paz, o amor e os valores que
Jesus traz para o mundo. Ainda em seu discurso natalino o Papa Bento XVI afirma
que hoje, “o Natal tornou-se uma festa dos negócios, cujo fulgor ofuscante
esconde o mistério da humildade de Deus, que nos convida à humildade e à
simplicidade. Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar para além das
fachadas lampejantes deste tempo a fim de podermos encontrar o menino no
estábulo de Belém e, assim, descobrimos a autêntica alegria e a verdadeira luz”.
Jesus que era Deus optou por vir ao mundo pequenino e frágil numa manjedoura. É
uma grande lição para todos nós. Seguindo o conselho de nosso querido Papa que
o Natal deste ano seja uma manifestação do Deus vivo, que nós sempre possamos
lutar por um mundo justo, onde reine o amor e fraternidade a todos,
especialmente aos mais pequenos e sofridos.
Fontes: Santa Sé e Liturgia das Horas – Ofício de Leituras 1° de janeiro –
Solenidade Maria Mãe de Deus: Das Cartas de Santo Atanásio, bispo (Epist. Ad
Epictetum, 5-9; PG 26, 1058. 1062-1066) (Séc. IV).
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