Irmãs e irmãos, a Igreja, com o ritmo dos ciclos do ano litúrgico, nos proporciona oportunidades ímpares a cada ano. Nesse ano/tempo da graça do Senhor, estamos às portas da quaresma – tempo de retiro.
Para bem vivermos esse tempo/kairós, é interessante nos atentarmos aos recursos simbólicos que alcançam nossos sentidos, sobretudo a visão. Quando entrarmos nas nossas igrejas na Quarta-feira de Cinzas, deveremos encontrar um espaço sóbrio, que convide ao descanso. Poderemos enxergar em nossos espaços celebrativos um verdadeiro deserto, lugar propício para um retiro. É importante lembrar que deserto não é lugar de morte, mas um lugar onde a vida resiste de maneira discreta, sem alardes.
Quando os bispos têm insistido que a quaresma é o grande retiro anual da Igreja, faz sentido nesse tempo nos permitirmos uma pausa. Façamos a experiência do descanso dos olhos, dos ouvidos, da fala diante do Senhor. Aprendamos a olhar mais à nossa volta, percebendo a beleza da criação agredida, as cruzes do Cristo atualizado nos irmãos e irmãs menos favorecidos. Aprendamos como Maria a “guarda TODAS as coisas no coração”.
Reservemos momentos pessoais e comunitários de oração para meditações mais profundas e densas sobre a realidade atual da humanidade. Como sugestão provocativa nessa quaresma, lembro a possibilidade da Lectio Divina. Um trecho bastante interessante está na Carta aos Gálatas 6,9-10: “Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu devido tempo colheremos sem fadiga. Portanto, enquanto se oferece ocasião, façamos o bem a todos, especialmente à família dos fiéis.”
Desejo que a preparação das festas pascais seja tão rica quanto a própria festa.
“Celebremos nossa Páscoa na pureza, na verdade!”
Noviço Eraclides Reis Pimenta
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